“O Ser real é constituído de corpo, mente e espírito. Dessa forma, uma abordagem psicológica para ser verdadeiramente eficaz deve ter uma visão holística do ser, tratando de seu corpo (físico e periespirítico), de sua mente (consciente, inconsciente e subconsciente) e de seu espírito imortal que traz consigo uma bagagem de experiências anteriores à presente existência e está caminhando para a perfeição Divina.” Joanna de Ângelis

Vontade


Freud, em seu "Projeto para uma Psicologia Científica", tenta explicar o funcionamento do aparelho psíquico, e afirma que o que o movimenta são quantidades de energia que passam a adquirir qualidades. As quantidades de energia provindas do corpo são oriundas das necessidades materiais - fome, sede e demais necessidades fisiológicas, e liberam uma certa carga no aparelho psíquico a fim de que este busque, de alguma forma, satisfazê-las, mantendo o corpo em equilíbrio. Busca-se, então, o prazer através da descarga desta energia.

Pensamos que, junto a isto, temos também "quantidades" que provém do próprio espírito, e que são oriundas da sua VONTADE, mais ou menos condicionada por suas experiências atuais e de encarnações anteriores (bem como de sua estada na "erraticidade"), e dizem respeito a desejos e sentimentos.

A energia psíquica não seria apenas Desejo, mas muito mais que isso. Segundo Freud, o ser humano é dotado de instinto (como os animais). Mas desde o princípio já se diferencia deles, na medida em que esse instinto adquire qualidade tal que passa a ser denominado "Pulsão". A Pulsão é a energia que põe em movimento o aparelho psíquico. Esta seria dividida em Pulsão de Vida (de auto-conservação e sexual, esta última mais conhecida como libido) e Pulsão de Morte. A primeira promoveria "ligações" intrapsíquicas e a segunda, desligamentos. O Desejo, de nosso ponto de vista, estaria "dentro" do que chamaríamos de "libido".

A diferença entre pulsão e instinto residiria no seguinte, por exemplo: quando temos fome, não temos só fome. Temos, junto a isso, o Desejo. Temos "fome" de algo específico, e não de outra coisa. Temos fome de "mamar", mas isto vem junto com o afeto que recebemos da mãe. Não basta um robô com uma mamadeira. O instinto, desde o princípio, no ser humano, não é puro.

Essa energia é totalmente inconsciente. Ela só se faz consciente por meio de representações - através do que a exterioriza é que temos notícia dela, nunca diretamente. E, se muitas vezes somos movidos por decisões conscientes, muitas dessas decisões são bastante influenciadas por desejos inconscientes. O que chamamos de "ego" é a instância que vai mediar os impulsos do inconsciente, as imposições do meio externo (e ainda as exigências da instância moral, conhecida como superego).

Pensamos, do ponto de vista espírita, que seguimos uma trajetória evolutiva. Nossas conquistas em termos de dominar nossos desejos mais primitivos não se perdem em meio à jornada. O Espírito carrega consigo seus desejos e sua vontade, seu maior ou menor domínio sobre si mesmo.

Imagem: Yoga

Nenhum comentário:

Postar um comentário